Por Mário Augusto Jakobiskind
Cinco internacionalistas
latino-americanos
foram os homenageados
Ao comemorar o primeiro aniversário de criação, a Casa da América Latina condecorou cinco personalidades internacionalistas com a Medalha Abreu e Lima por promoverem a solidariedade internacionalista entre os povos latino-americanos. Foram agraciados Fidel Castro, João Pedro Stédile, Modesto da Silveira, Neiva Moreira e Zuleide Faria de Melo.
A primeira condecoração foi entregue por Raimundo de Oliveira, presidente da Casa da América Latina ao cônsul de Cuba, Vladimir Martinez, representando o líder revolucionário cubano Fidel Castro. Martinez agradeceu a homenagem e leu trechos de reflexões de Fidel Castro sobre solidariedade internacionalista.
João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Sem Terras (MST) e da direção da Via Campesina assinalou que recebia a Medalha em nome dos movimentos que representa e fez um relato sobre as atividades das duas entidades na América Latina, destacando o fato de que neste momento na Escola Latino-americana em Cuba estarem estudando 180 integrantes dos MST.
O jornalista José Guimarães Neiva Moreira, representado por sua filha Micaela Neiva Moreira e pela primeira-dama do Maranhão, Clay Lago, recebeu a Medalha por seu importante trabalho como fundador dos Cadernos do Terceiro Mundo, uma importante publicação que durante mais de 30 informou aos brasileiros e latino-americanos, a partir de uma perspectiva anti-hegemônica, os acontecimentos políticos internacionais.
Zuleide Faria de Melo, dirigente histórica do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e presidente da Associação Cultural José Marti e Modesto da Silveira, advogado de presos políticos no período da ditadura militar destacaram a importância de luta dos povos latino-americanos e da integração.
A Medalha Abreu e Lima será concedida anualmente a cinco personalidades que tenham se contribuído para a solidariedade internacionalista e integração dos povos latino-americanos.
Vale lembrar que José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869) foi um brasileiro que se incorporou ao Exército Libertador de Simon Bolívar, tendo se tornado chefe do Estado Maior e participado da luta de libertação colonial na Venezuela, Colômbia, Equador e Peru, tornando-se general de brigada.
Depois da morte de Bolívar Abreu e Lima retornou ao Brasil, tendo escrito vários livros, entre os quais O Socialismo, o primeiro do gênero editado no Brasil e na América Latina. Ele é conhecido também como o “general das massas” e foi reapresentado aos brasileiros pelo Presidente Hugo Chávez e é hoje também o nome de uma refinaria que está sendo construída em Pernambuco com base em um acordo entre a Petrobrás e a PDVSA, a empresa estatal venezuelana de petróleo. Ou seja, Abreu e Lima é hoje também símbolo da integração latino-americana.
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